A eterna luta das mulheres para eliminar os quilinhos indesejados tem um aliado de peso. A obesidade está entre os fatores de risco que aumentam os riscos de câncer de mama, tipo da doença mais comum entre o universo feminino no mundo e no Brasil, depois do de pele, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. “O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença”, ressalta o oncologista Guilherme Falcão, que integra a equipe da Clínica Oncovida – Centro de Oncologia da Bahia, acrescentando que a proporção de câncer de mama em homens e mulheres é de 1:100. Ou seja, para cada 100 mulheres com câncer de mama, um homem desenvolverá a doença.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para o surgimento de 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano. No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52 mil casos novos de câncer de mama a cada ano. Ainda de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma em cada doze mulheres terão um tumor nas mamas até os 90 anos de idade. A idade, assim como em vários outros tipos de câncer, é um dos principais fatores que aumentam o risco de se desenvolver câncer de mama. O acúmulo de exposições ao longo da vida e as próprias alterações biológicas com o envelhecimento aumentam o risco. Mulheres mais velhas, sobretudo a partir dos 50 anos, são mais propensas a desenvolver a doença.
Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama. “Controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio da alimentação saudável e da prática regular de exercícios físicos, são recomendações básicas e importantes para prevenir o câncer de mama”, orienta o especialista, que lembra que evitar o consumo de bebidas alcoólicas é também recomendado. “Já a amamentação é considerada um fator protetor”, acrescenta Falcão.
O excesso de peso é um fator de risco para o câncer de mama principalmente após a menopausa. Isso porque a partir dessa idade o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de hormônios. Sob a ação de enzimas, a gordura armazenada nas mamas, por exemplo, é convertida em estrógeno. O alerta é mais sério para aquelas que apresentam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30. A redução de apenas 5% do peso já cortaria quase pela metade os riscos de desenvolver alguns dos principais tipos de câncer de mama.
Além da obesidade são considerados fatores de risco: idade da primeira menstruação inferior a doze anos, menopausa tardia (após os 55 anos), primeira gravidez após os 30 anos; não ter tido filhos e uso de contraceptivos orais e de terapia de reposição hormonal pós-menopausa, especialmente por tempo prolongado. O uso de contraceptivos orais também é considerado um fator de risco pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc) da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora muitos estudos sobre o tema tenham resultados controversos
SINTOMAS DE ALERTA:
A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor. O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sintomas são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas. “Esses sinais devem servir de alerta para que as mulheres procurem um especialista, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama”, ressalta Guilherme Falcão.
(28.09.2015)
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